sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Elite da Tropa



Na primeira parte do livro, concentram-se relatos impressionantes sobre o cotidiano dos policiais de elite. Na segunda, um dos nossos personagens seguirá numa trama envolvendo autoridades de segurança, traficantes, políticos e policiais - uma rede que tece alianças improváveis entre os vários atores deste cenário.
Depois de cavalgar 100 quilômetros, sem arreio e sem descanso, mortos de fome e sede, eles têm licença para um descanso brevíssimo até que alguém anuncie que a comida está servida - sobre a lona, onde o grupo exaurido vai se debruçar para comer tudo o que conseguir, com as mãos, em dois minutos. Esta é apenas uma das etapas de treinamento da tropa de elite da polícia.
Eles obedecem a regras estritas, as leis da guerrilha urbana. Na dúvida, mate. Não corra, não morra. Máquinas de guerra, eles foram treinados para ser a melhor tropa urbana do mundo, um grupo pequeno e fechado de homens atuando com força máxima e devastadora.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Caminhos da munição

Em reportagem de 21 de outubro, o Fantástico mostrou a operação policial que aconteceu na favela da Coréia no dia 17 de outubro. Os comboios da polícia se dividiram e foram recebidos a bala pelos traficantes. No total, 12 pessoas morreram, segundo a polícia. Dez são supostos traficantes, além de um policial e um menino, de apenas 4 anos.

"‘A operação conseguiu, sem dúvida nenhuma, desarmar grande parte do grupo que atuava naquela área’. ‘A nossa política é prender criminosos retirar armas de circulação, da mão de pessoas que não têm a mínima condição e o mínimo de compromisso social’" argumenta José Mariano Beltrame, secretário de Segurança Pública no Rio de Janeiro.

Na reportagem, foi questionado se os traficantes realmente estavam armados e chegaram à conclusão de que sim.

Já em reportagem do Jornal Nacional do dia 19 de outubro intitulada "O que fazer com armas apreendidas" dados são apresentados como: "Só este ano foram mais de 70 fuzis apreendidos pela polícia com traficantes no Rio.Além de metralhadoras de grande porte ponto trinta e até ponto cinqüenta anti-tanques. Só no depósito da polícia do Rio estão mais de 230 mil armas apreendidas, além de munição. São revólveres, pistolas e muitos fuzis de vários modelos."

"Um lote de 80 mil armas está pronto para ser destruído pelo exército, mas no Congresso Nacional deputados apresentaram projetos para que as armas que estejam com a numeração de série sejam preservadas".
"Veja bem, no nosso país hoje, o número é expressivo de apreensão de armas. Então, hoje não podemos dar o luxo de destruir armas boas, que podem ser reaproveitadas pelas organizações policiais", defende o deputado Laerte Bessa (PMDB-DF).

Enquanto o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral é completamente a favor, pois acha que as armas devem ser passadas para a mão de quem defende a sociedade; o coordenador de desarmamento da ONG Viva Rio, Antônio Rangel argumenta dizendo que além da polícia não precisa desse armamento e que isso será uma alegria para os policiais bandidos.

De cada 1 arma apreendida pelos policiais, 3 são contrabandeadas novamente para os bandidos. Qual é a solução?

Vídeo: Clique Aqui

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Grades do condomínio, das casas, da vida.


Nossas casas têm muros altos com sistema elétrico, nossas janelas têm grades, nossas portas duas, às vezes três, fechaduras e mesmo assim quando ouvimos algum barulho ficamos intimidados. Com medo e nos perguntando se alguém pode estar por perto.

A família toda tem celular, todo mundo diz aonde vai, com quem e que horas volta, os pais levam e buscam os filhos onde quer que eles queiram ir.

Nossos carros têm alarme, radar, blindagem, vidro elétrico, trava elétrica, e ar condicionado não só para nosso conforto e sim porque é perigoso andar com o vidro aberto. Quanto melhor o carro, maior é o medo. Não podemos parar no semáforo. Para entrar no carro é preciso olhar bem em volta.

Qualquer deslize pode ser fatal. Pode até ser paranóia, mas é assim que vive a grande maioria das pessoas nos centros urbanos.

Às vezes, da até vontade de ser bem pobrezinho. Será que os barracos nas favelas também sofrem assaltos. Está aí? Uma coisa que eu gostaria de saber.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Segurança até no campo

A violência chegou na zona rural. Sexta-feira, assisti a uma reportagem no "Jornal Nacional" onde fazendeiros de Minas Gerais estavam gastando uma média de 2 mil reais por mês na segurança privada das fazendas.

A polícia de algumas cidades criaram a patrulha rural e as fazendas estavam totalmente equipadas com sistemas de segurança. Mas, mesmo assim, os roubos e a violência continuavam.

No campo, os bandidos agem na calada da noite. Não são tão audaciosos como os urbanos que nos abordam à luz do dia em qualquer lugar. Esses são mais precavidos. Enquanto todos dormem, eles invadem propriedades e levam produtos para lavouras, ferramentas, animais e até tratores. Tudo é vendido clandestinamente nas cidades.

A população rural perde o seu precioso sossego, começamos a ver a paz do campo sumir. Não tem pra onde correr, a violência está por toda parte. Já saiu do controle das autoridades.

Em breve, meus pais e meus tios já não falarão mais, uma frase que eu tanto ouvia quando ia visitá-los: “Minha filha, larga esse Sun Paulo e vem pra junto de nóis, aqui num tem assartante, num tem esse povo louco, aqui que é lugar bom de vivê!”

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Leis olvidadas

O Congresso está com mais de 50 projetos de segurança pública, digamos, "parados". Só dois foram transformados em lei até agora.

Enquanto isso, os políticos vão discutindo o que parece lhes importante, ou no mínimo de interesse próprio; pode até parecer demagogia, mas se nem um político corrupto é considerado culpado por omissão de quem está, o que se dirá de tentar combater a violência num país de 180 milhões de pessoas?

Os projetos perdem espaço para projetos como o PAC (programa de aceleração de crescimento) "O que houve foi que, logo depois do João Hélio, veio o Fundeb, o PAC, a reforma política, a crise aérea e, agora, a CPMF. Essa é a dificuldade. Estamos em um país em que tudo é um pouco emergencial. Não dá para fazer uma pauta do Congresso sem estar numa emergência", avalia o deputado Flávio Dino (PCdoB-MA).

E o deputado tem toda a razão. No Brasil, os problemas acontecem num nível tão rápido que quando você pára e olha para a situação percebe que nada está fazendo sentido. Parece que um assunto atropela o outro e assim vamos vivendo: nos indignando com alguém que morre, com uma crise que não é resolvida no prazo e com as leis paradas no Congresso.

Fonte: G1 - Portal de Notícias da Globo